Publicado no Público
Indicação de Augusto Martins
Após dois anos de deliberação, a organização Boy Scouts of America
anunciou que não vai alterar a sua política de exclusão de homossexuais
das suas fileiras.
Esta norma está em vigor desde 2000, altura em que a organização
conseguiu que o Supremo Tribunal lhes desse autorização para banirem os
membros homossexuais cuja conduta violasse os valores do grupo.
Após vários anos de pressões, um grupo de onze pessoas - um painel
alegadamente representativo composto por voluntários e líderes com
diferentes perspectivas e opiniões sobre o assunto - decidiu voltar a
estudar o assunto, mas acabou por concluir que as coisas estão bem como
estão. A decisão foi unânime, refere a Associated Press (AP).
“O comité chegou à conclusão que esta é a melhor política para os Boy
Scouts”, anunciou Deron Smith, o porta-voz nacional da organização,
citado pela Fox.
A política actual permite às famílias falarem sobre a sexualidade em
privado e por isso não será levada a cabo mais nenhuma acção, adiantou a
organização. Ao anunciar a sua decisão, os Boy Scouts of America
frisaram que os pais e encarregados de educação pesaram muito nesta
decisão.
“A maioria dos pais dos jovens que nós servimos são a favor da discussão
do tema da orientação sexual dentro do seio da própria família, com
conselheiros espirituais, no tempo e no local certos”, disse Bob
Mazzuca, director dos Boy Scouts, citado pela AP. “Compreendemos
perfeitamente que nenhuma política conseguirá acomodar os diversos
pontos de vista existentes entre os nossos membros e no seio da
sociedade”, acrescentou, porém, Mazzuca.
A decisão foi anunciada esta terça-feira à tarde, despertando
imediatamente um coro de críticas junto das associações americanas de
defensa dos direitos dos homossexuais.
O presidente do grupo Human Right’s Campaign, Chad Griffin, apelidou
esta decisão de “oportunidade perdida de proporções colossais”. “Com o
país a andar para a frente em termos de inclusão, os líderes dos Boy
Scouts of America enviaram aos jovens a mensagem de que apenas alguns
deles são valorizados. Escolheram pregar a divisão e a intolerância”,
cita a AP.
Por seu lado, Darlene Nipper, vice-directora executiva da organização
National Gay and Lesbian Task Force, disse que os escuteiros “viraram as
costas à oportunidade de mostrarem justeza, de exercerem uma apreciação
saudável e de servirem como modelo de valorização dos outros”.
Diversos membros no seio da organização também já criticaram esta não
alteração da norma. Dois dos mais bem sucedidos membros da organização -
James Turley, director-executivo da empresa Ernst and Young, e Randall
Stephenson, chefe da empresa de telecomunicações norte-americana
AT&T - afirmaram publicamente ser apoiantes de uma mudança e de uma
abertura dos Boy Scouts of America aos membros homossexuais, cita a AP.
Jennifer Tyrrell, uma lésbica que foi afastada do seu cargo como chefe
escuteira em Abril último por causa desta norma, também já reagiu a esta
decisão: “Um comité secreto de onze pessoas não pode ignorar as
centenas de milhares de pessoas em todo o país que exigem o fim da
proibição”, cita a AP.
Os Boy Scouts of America, uma organização fundada em 1910, tinha no final de 2011 mais de um milhão de membros adultos.
UPDATE - PETIÇÃO CONTRA A MEDIDA!
Publicado no Fora do Armário
Foi elaborada uma petição (está em inglês) que pretende dizer aos
mentores dessa perseguição gratuita que os Escoteiros não podem violar
os Direitos Humanos, entre os quais o de não ser discriminado.
Assine agora mesmo e contribua para acabar com esse preconceito ridículo:
ASSINE AQUI.
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