sexta-feira, 20 de julho de 2012

Escoteiros americanos reforçam norma que proíbe homossexuais


Publicado no Público
Indicação de Augusto Martins
Após dois anos de deliberação, a organização Boy Scouts of America anunciou que não vai alterar a sua política de exclusão de homossexuais das suas fileiras.
Esta norma está em vigor desde 2000, altura em que a organização conseguiu que o Supremo Tribunal lhes desse autorização para banirem os membros homossexuais cuja conduta violasse os valores do grupo.
Após vários anos de pressões, um grupo de onze pessoas - um painel alegadamente representativo composto por voluntários e líderes com diferentes perspectivas e opiniões sobre o assunto - decidiu voltar a estudar o assunto, mas acabou por concluir que as coisas estão bem como estão. A decisão foi unânime, refere a Associated Press (AP).
“O comité chegou à conclusão que esta é a melhor política para os Boy Scouts”, anunciou Deron Smith, o porta-voz nacional da organização, citado pela Fox.
A política actual permite às famílias falarem sobre a sexualidade em privado e por isso não será levada a cabo mais nenhuma acção, adiantou a organização. Ao anunciar a sua decisão, os Boy Scouts of America frisaram que os pais e encarregados de educação pesaram muito nesta decisão. 
“A maioria dos pais dos jovens que nós servimos são a favor da discussão do tema da orientação sexual dentro do seio da própria família, com conselheiros espirituais, no tempo e no local certos”, disse Bob Mazzuca, director dos Boy Scouts, citado pela AP. “Compreendemos perfeitamente que nenhuma política conseguirá acomodar os diversos pontos de vista existentes entre os nossos membros e no seio da sociedade”, acrescentou, porém, Mazzuca.
A decisão foi anunciada esta terça-feira à tarde, despertando imediatamente um coro de críticas junto das associações americanas de defensa dos direitos dos homossexuais.
O presidente do grupo Human Right’s Campaign, Chad Griffin, apelidou esta decisão de “oportunidade perdida de proporções colossais”. “Com o país a andar para a frente em termos de inclusão, os líderes dos Boy Scouts of America enviaram aos jovens a mensagem de que apenas alguns deles são valorizados. Escolheram pregar a divisão e a intolerância”, cita a AP.
Por seu lado, Darlene Nipper, vice-directora executiva da organização National Gay and Lesbian Task Force, disse que os escuteiros “viraram as costas à oportunidade de mostrarem justeza, de exercerem uma apreciação saudável e de servirem como modelo de valorização dos outros”.
Diversos membros no seio da organização também já criticaram esta não alteração da norma. Dois dos mais bem sucedidos membros da organização - James Turley, director-executivo da empresa Ernst and Young, e Randall Stephenson, chefe da empresa de telecomunicações norte-americana AT&T - afirmaram publicamente ser apoiantes de uma mudança e de uma abertura dos Boy Scouts of America aos membros homossexuais, cita a AP.
Jennifer Tyrrell, uma lésbica que foi afastada do seu cargo como chefe escuteira em Abril último por causa desta norma, também já reagiu a esta decisão: “Um comité secreto de onze pessoas não pode ignorar as centenas de milhares de pessoas em todo o país que exigem o fim da proibição”, cita a AP. 
Os Boy Scouts of America, uma organização fundada em 1910, tinha no final de 2011 mais de um milhão de membros adultos.
UPDATE - PETIÇÃO CONTRA A MEDIDA!
Publicado no Fora do Armário
Foi elaborada uma petição (está em inglês) que pretende dizer aos mentores dessa perseguição gratuita que os Escoteiros não podem violar os Direitos Humanos, entre os quais o de não ser discriminado. 
Assine agora mesmo e contribua para acabar com esse preconceito ridículo: ASSINE AQUI.

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