Visto na Revista Lado A
Dica de Augusto Martins
Mais uma vez o Brasil está no topo do ranking dos assassinatos de LGBT, e
o Paraná também não perdeu sua posição de estado do Sul que mais
assassina lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. As
informações são do Grupo Gay da Bahia (GGB) e foram divulgadas esta
semana. Os dados levados a público pela organização não governamental
baiana demonstraram um aumento no número de pessoas LGBTs mortas em
2011. Ao total, foram documentados 266 assassinatos homofóbicos no ano
passado, 6 a mais do que em 2010, totalizando um aumento de 118% nos
últimos seis anos, visto que em 2007, 122 crimes foram notificados pelo
GGB.
O Brasil concentra atualmente 44% de todos os assassinatos
de LGBT no mundo. Os EUA, por exemplo, possui 100 milhões a mais de
habitantes e registrou apenas 9 assassinatos de travestis em 2011,
enquanto aqui o número de pessoas trans brutalmente mortas foi de 98. O
Paraná, por sua vez, apresentou o maior número de assassinatos da região
Sul, 12 ao total, seguido pelo Rio Grande do Sul com 7, e Santa
Catarina com 3.
O Grupo Gay da Bahia, que há mais de 30 anos
coleta informações sobre homofobia no Brasil, divulga o relatório. A
pesquisa aponta que a cada 33 horas um homossexual brasileiro foi
barbaramente assassinado em 2011. De acordo com o Professor Doutor Luiz
Mott, responsável pelo levantamento anual, “a subnotificação destes
crimes é notória, indicando que tais números representam apenas a ponta
de um iceberg de crueldade e sangue. Como o Governo Federal se recusa a
construir um banco de dados sobre crimes de ódio contra homossexuais,
baseamos tal relatório em notícias de jornal e internet, que com certeza
está longe de cobrir a totalidade desses sinistros”.
O Professor
baiano finaliza afirmando que existe uma homofobia institucional, pois o
governo brasileiro, mesmo com tantos dados, não garante a segurança das
pessoas LGBT, tendo em vista que desde o Plano Nacional de Direitos
Humanos 2, de 2002, um banco de dados sobre assassinato desta população
estava estabelecido, e até hoje nada saiu do papel. Além da ausência de
uma legislação que tipifique a homofobia como crime.
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