Pesquisa mostra que as pessoas não se importam se um amigo se declara 
homossexual. A posição muda, porém, quando o gay é um parente próximo
  
A
 maioria das pessoas diz não ter preconceitos na hora de contratar um 
profissional homossexual. Grande parte também afirma que permaneceria 
indiferente diante da declaração de um amigo que diz ser gay. Mas quando
 o assunto envolve parentes próximos ou filhos, a opinião é 
completamente outra. Uma pesquisa encomendada pela Gazeta do Povo ao 
instituto Paraná Pesquisas mostra que até mesmo na hora de definir o que
 é homossexualidade os conceitos se dividem. Foram entrevistados 605 
moradores de Curitiba maiores de 16 anos, nos dias 27 a 29 de outubro 
deste ano. A margem de erro é de 4%.
Mais
 da metade dos entrevistados, 53%, diz que não faria nada se um amigo se
 declarasse gay, contudo se fosse um filho ou um sobrinho, por exemplo, 
33% afirmam que tentariam fazê-lo mudar de orientação sexual. Na 
família, conforme revela a pesquisa, o assunto homossexualidade ainda é 
um tabu: 81% das pessoas acreditam que os pais são sempre os últimos a 
saber e os três principais motivos que levam os filhos a não contar são 
vergonha, medo e receio de decepcionar. “A pesquisa é fiel à realidade. 
Além de ter vergonha de falar aos pais, os próprios homossexuais têm 
também um preconceito internalizado”, explica Edith Modesto, autora de 
três livros sobre o assunto, mãe de um homem (de 49 anos) gay e, ainda, 
fundadora da Associação Brasileira de Pais e Mães de Homossexuais.
O preconceito existente na sociedade também acaba refletindo na 
pessoa que é gay, afinal ela terá problemas de autoaceitação. “Muitos 
não falam com ninguém sobre o assunto, sofrem sozinhos porque queriam 
ser igual à maioria e, quando resolvem contar, ainda têm medo de perder o
 amor dos pais. A grande questão é que não somos preparados para ser mãe
 ou pai de uma pessoa gay. Todos temos o preconceito internalizado, 
principalmente os mais velhos, e não sabemos como reagir. Eu, quando 
soube, me senti literalmente dentro de um tsunami”, afirma Edith. Ela 
conta que foi difícil entender o filho porque, na época, há 20 anos, nem
 novela nem outras mães comentavam o tema. 
Se o preconceito existe ainda, um dos motivos é o de que até hoje não
 há nenhuma teoria capaz de explicar as origens (motivações) das 
relações homoafetivas, se efetivamente é uma opção ou a pessoa já nasce 
com essa tendência. Na pesquisa, 47% das pessoas acreditam que é uma 
opção sexual, 34% dizem que é doença ou desvio psicológico e 12% falam 
que é falta de vergonha na cara. “Não tenho nenhuma dúvida: a pessoa 
nasce assim, caso contrário, não existiriam tantos jovens se matando 
porque são gays ou outros tantos me ligando e pedindo para eu ajudá-los a
 ser como o pai deles, por exemplo”, diz Edith.
Para o psicólogo Acyr Corrêa Leite Maya, do Rio de Janeiro, este tipo
 de sexualidade é resultado de impressões, fantasias e experiências que 
acometem o indivíduo desde a infância na relação com as pessoas 
significativas que o cercam. “A primeira experiência sexual não é a base
 de tudo, tampouco o indivíduo nasce homossexual”, afirma Maya. Para 
ele, o problema é mais grave dentro das famílias porque os pais chegam a
 se questionar se foi consequência da educação dada, numa linha de que a
 homossexualidade é algo errado. 
Sem “ismo”
Doença certamente não é. Este é um dos entendimentos da medicina e da
 psicologia, por isso mesmo o termo homossexualismo deixou de ser usado,
 já que o sufixo “ismo” denota patologia. A doutora em Educação e 
especialista em sexualidade Araci Asinelli da Luz explica que, embora 
haja somente dois sexos, a sexualidade pode ser exercida de muitas 
formas. “Os pais têm de compreender que estes são somente jeitos 
diferentes de amar. A orientação sexual não é uma escolha, não é uma 
opção, assim como ninguém escolhe ser heterossexual”. “Eu por exemplo, 
vi o meu marido e me apaixonei. Não sei dizer porque foi assim”, comenta
 Edith.
O consenso é de que essas experiências homoafetivas sempre existiram,
 mas só aparecem frequentemente agora porque a sociedade está mais 
aberta. 
Serviço:
Os livros escritos por Edith são: Mãe sempre sabe?, Vidas em 
arco-íris e Entre mulheres – os dois primeiros editados pela Record e o 
último pela Summus GLS.
Diferença Viva: Esse dai é nosso brasil, cheio de preconceito, a homofobia entao, nem se fala, um jovem nao pode nem dizer que é homossexual por que os pais na verdade sao preconceituosos, mas os amigos nao tem problema em serem homossexuais, problema é com o filho que vao dizer que sao doentes, doentes sao eles que nao deixam os filhos de serem o que realmente sao, alguns ate espancam por isso.
Chega de mentira, abaixo o preconceito, viva a diferença. 
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