O autor Lauro César Muniz, que já 
escreveu novelas globais como "Roda de Fogo" e "O Salvador da Pátria", 
se prepara agora para estrear seu novo folhetim na Record, “Mascaras”.
Em entrevista à Folha.com, o 
autor falou sobre seu novo trabalho e criticou a maneira como sua 
ex-emissora, a TV Globo, trata os homossexuais.
“A Globo está contando histórias
 da carochinha, inclusive com um certo preconceito até, em relação a 
homossexualismo [sic]. A caricatura do homossexual é sempre uma forma 
preconceituosa. É um retrocesso ao trabalho feito pela telenovela ao 
longo do anos, quando a gente mostrou que há uma possibilidade de você 
emergir os homossexuais como um grupo de pessoas absolutamente normais”,
 declarou.
Para o autor, é importante tirar
 os rótulos dos personagens homossexuais. “Temos que aceitar 
passivamente, tirando aquele rótulo terrível de doentes, de desvio, 
aquela bobageira toda que as religiões colocaram”.
Em defesa da Record, Muniz 
afirma que a emissora vai na contramão disso tudo e trata os 
homossexuais “muito bem”. “Nas novelas, todas em que apareceram, há 
personagens que são apresentados com dignidade, normalidade”, disse.
Sobre o beijo, o autor afirma 
que é “uma monumental bobagem” e nem um pouco surpreendente. “Mais 
importante é demonstrar o afeto entre duas pessoas do mesmo sexo. Isso 
que conta. O beijo é escândalo pouco. A gente já está cansado de ver 
esse beijo na parte das fotografias nas páginas dos jornais”.
Questionado a respeito do tabu 
que se formou em torno do tal beijo entre dois homens, Muniz acredita 
que é a ultima barreira a ser derrubada. “Mas não vai acrescentar nada. A
 hora que fizer o beijo gay, como fez o SBT, vai chegar à conclusão que 
não é nada, se a psicologia dos personagens não estiver aprofundada, 
tentando entender os reais problemas que esses novos humanos 
apresentam”, afirmou.
Lauro César Muniz alfinetou 
“Fina Estampa”, de Aguinaldo Silva, que teve o personagem homossexual e 
pintoso Crôdoaldo Valério (Marcelo Serrado). “É uma delícia esse 
personagem, mas é preconceituoso ao meu ver. Ele vira sempre o palhaço, o
 bobo da corte. Quando tem que fazer rir, o bobo da corte aparece e 
diverte a burguesia. Acho que é um péssimo exemplo, de comunicação fácil
 e preconceituosa”.
Ainda sobre a novela global, 
Muniz falou de seu colega de trabalho, o autor Aguinaldo Silva. “Ele fez
 excelentes novelas, e essa é a pior. Faz ainda sucesso, porque não tem 
outra coisa pra ver, então é isso mesmo”, disparou.
A nova novela de Lauro César 
Muniz, “Máscara" estreia no dia 10 e será ambientada em um 
transatlântico onde "pessoas viajam com outra identidade".
Fonte: A Capa

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