Visto no Terra
O jovem gay chileno Daniel Zamudio, morto na terça-feira depois de ser 
atacado brutalmente por um suposto grupo neonazista, foi sepultado nesta
 sexta-feira após um funeral marcado por protestos pelo fim da 
discriminação no país. O cortejo fúnebre do jovem de 24 anos partiu de 
sua casa, em São Bernardo (sul), e percorreu um longo trajeto até o 
Cemitério de Santiago tendo sido acompanhado por milhares de pessoas com
 flores e panos brancos. 
A morte de Daniel Zamudio causou comoção em todo o país. O jovem 
agonizou por três semanas no hospital. Seus assassinos o espancaram, o 
queimaram com cigarros, marcaram seu corpo com símbolos nazistas e o 
apedrejaram. "Quero agradecer em nome de toda a família. Haverá tempo 
para a justiça, só peço respeito e agradeço de coração por cada gesto e 
lágrima derramada por meu irmão", disse seu irmão Diego para a multidão 
que exigia medidas para proteger as minorias. 
Com a morte de Zamudio, o governo anunciou que irá acelerar as 
discussões no Congresso sobre a lei antidiscriminação que tramita há 
sete anos. "O governo quer que o projeto da lei Antidiscriminação possa 
tramitar da forma mais rápida possível para que a morte de Daniel 
Zamudio não seja em vão", ressaltou o porta-voz Andrés Chadwick. A lei, 
destinada a proteger as minorias raciais, sexuais e religiosas, sanciona
 penalmente quem realizar ações contra estes grupos. 
O projeto de lei foi aprovado em novembro no Senado e agora precisa ser 
ratificado na Câmara dos Deputados, onde legisladores de direita já 
expressaram a sua oposição. Em agosto, o governo de Sebastián Piñera 
enviou ao Congresso um projeto de lei que regula as uniões civis, 
inclusive as do mesmo sexo, mas não estabelece a possibilidade de 
matrimônio. 
O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, lamentou o crime 
que custou a vida do jovem chileno e exortou ao Congresso chileno a 
aprovar a lei contra a discriminação. A Comissão Interamericana de 
Direitos Humanos (CIDH) pediu ao Chile uma "investigação séria" para não
 se perder na impunidade. 


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