Visto em Pravda
Dica de Augusto Martins
Depois da Assembleia de S. Petersburgo ter aceitado a lei que impõe 
multas por "propaganda gay" a menores, um grupo de legisladores russos 
decidiu promover essa iniciativa na Duma de Estado, onde há dias foi 
apresentado um projeto de lei sobre matéria. Os "democratas ocidentais"
 já chamaram-na de atitude descabida e preconceituosa. Os ativistas gays
 de S. Petersburgo ameaçam protestar contra lei local, até organizar 
piquetes perto das estabelecimentos infantis. 
A nível federal o
 projeto da lei foi introduzido na Duma Estatal (câmara baixa do 
parlamento russo) pelos deputados da cidade de Novosibirsk, na Sibéria. 
Se for aprovada, vai impor multas de até 5 000 rublos (cerca de US $ 
170) para pessoas físicas e 250 a 500 mil rublos (cerca de 8 a 17.000 
dólares) para as empresas que divulgam propaganda gay entre menores de 
idade.
A iniciativa provocou indignação de militantes dos 
direitos humanos que defendem os direitos das minorias sexuais. Estes 
asseguram que a lei visa reprimir a comunidade gay. Segundo o principal 
defensor dos direitos gays russo, Nikolai Alekseev, a lei, entrada em 
vigor em S. Petersburgo,  deve ser cancelada, pois, proíbe a promoção da
 homossexualidade e nada fala de heterossexualidade. De acordo com 
ativistas gays, esta formulação tem sinais evidentes de discriminação, o
 que é fácil de provar no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.
A reação da comunidade gay russa não termina aí. Anunciou a sua 
intenção de serem realizadas em S. Petersburgo "piquetes de natureza 
educacional". E não mais nem menos, perto de escolas e bibliotecas 
infantis. Há pouca dúvida que passará a ser realizada, aparentemente, 
desde jeito os gays decidiram irritar parlamentares "intolerantes".
Claro, que imediatamente, entre outros, o Departamento de Estado 
americano, o Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido, o 
governo da Austrália e o Parlamento Europeu demonstraram grande 
preocupação com a lei. A Corte Europeia lembrou que não deve existir 
ambiguidade sobre o "direito individual de se identificar como gay, 
lésbica ou qualquer outra minoria sexual, e de promover seus direitos e 
liberdades".
Hugh Williamson, diretor do Human Rights Watch para Europa e Ásia 
Central, disse que "29 de fevereiro foi um dia obscuro para São 
Petersburgo e para a Rússia".
Mas a maioria dos russos não faz parte das preocupações dos 
democratas ocidentais. Bloggers e outros usuários da Runet, na sua 
maioria esmagadora, apoiam a iniciativa, uma vez reconhecendo o direito 
dos adeptos de homossexualismo de praticá-lo em cama, mas não 
publicamente. A maioria dos russos, entrevistados por centro de pesquisa
 Levada Centro em 2010, recusou a considerar a prática homossexual como 
as relações normais. 74 por cento acreditam que gays e lésbicas são as 
pessoas moralmente frouxos ou com deficiência mental (em 1998 — 68 por 
cento). Apenas 10 por cento reconhece a homossexualidade ser igual a 
tradicional orientação sexual.
A Igreja Ortodoxa Russa também aprova a lei. Hieromonge Dmitry 
Pershin, popular líder da Igreja Ortodoxa Russa, fez um apelo à Duma 
para que a norma seja adotada em todo o país. Segundo ele, a lei deve 
entrar em vigor "sem atrasos" para impedir a "promoção da 
homossexualidade a menores"."A lei aprovada em São Petersburgo vai 
ajudar a proteger crianças de informações manipuladas por minorias que 
querem promover a sodomia", disse Pershin. " A persistência dessas 
minorias indica que essa lei local é muito necessária e deve ser 
urgentemente aprovada em âmbito federal".
Quanto a opinião do governo russo, pode-se citar o 
primeiro-ministro russo Vladimir Putin, que em geral defende tolerância,
 mas permanece sendo criticado por não ajudar paradas- gays do declínio 
da população russa. "Minha atitude está relacionada com minhas 
obrigações de serviço e reside no fato de que um dos maiores problemas 
na Rússia é o problema demográfico", ironizou Putin. " Mas eu respeito, 
vou respeitar a liberdade do indivíduo em todas as suas manifestações ",
 continuou. 
Por sua parte, Maksim Shevchenko, o jornalista 
russo e ativista político, disse: "A propaganda homossexual no mundo 
moderno é uma questão política. Toda esta promoção da homossexualidade é
 uma tentativa de alterar a profundidade da natureza humana e ética 
humana. Portanto, a luta contra esta propaganda pública não é homofobia e
 intolerância dos outros, mas a luta contra um ataque político 
asfixiante, realizando contra nós como pessoas com identidade sexual, 
étnica, política, religiosa, e seres humanos no sentido clássico da 
palavra. A luta contra a propaganda homossexual é combater aqueles que 
dizem que vão espalhar a homossexualidade, que querem que deixemos de 
ser homens, soldados, de amar mulheres. Nós não nos permitiremos mudar. 
Vamos resistir. Esta resistência será de natureza política".
Lyuba Lulko
Pravda. Ru

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