Visto na Hype Science
Dica de Augusto Martins
Um novo estudo apontou que bebês tão novos quanto 9 meses são
melhores em reconhecer emoções e expressões faciais de pessoas de sua
própria raça, e tendema achar que pessoas de outras raças “são todas
iguais”.
Mas, não, isso não significa que todos somos “preconceituosos”
por natureza. Embora os bebês nasçam com um certo “vazio” de
pensamento, abertos a todos os tipos de descobertas, aos poucos eles
percebem quem é da sua raça, e quem não é, pelas diferenças físicas.
E, como eles tendem a conviver nesses primeiros meses apenas com sua
família, geralmente pessoas da mesma raça que eles, eles ficam melhores
em entender emoções e expressões dessa raça.
Isso significa que, se um bebê afrodescendente for adotado por uma
família caucasiana, provavelmente vai distinguir melhor as expressões de
pessoas brancas.
O estudo foi conduzido por Lisa Scott e colegas da Universidade de Massachusetts Amherst, EUA, e publicado no periódico Developmental Science. Eles estudaram 48 bebês caucasianos que não
tinham sido muito expostos a bebês negros nos primeiros meses de vida.
Enquanto monitoravam a atividade cerebral dos bebês, os cientistas
testaram suas habilidades de diferenciar duas pessoas da sua própria
raça e duas pessoas de outra raça, e também suas habilidades de ver
expressões emocionais como feliz ou triste, e se elas correspondiam a
atitudes como chorar ou rir.
Os bebês de 5 meses diferenciavam todas as pessoas da mesma forma, da
sua própria raça ou de outra. Também, ao analisar as expressões de
qualquer pessoa de qualquer raça, utilizavam uma única parte do cérebro.
Já os bebês mais velhos, de 9 meses, eram melhores em diferenciar
pessoas de sua própria raça. E quando eles analisavam expressões, o
cérebro mudou a região na qual processa essa informação, inclusive
operando diferentemente quando eles processavam expressões de pessoas de
sua própria raça ou de outra raça.
Isso significa que, conforme os bebês crescem, se tornam mais especializados em certas tarefas.
Esse processo é bem parecido com o de aprender uma linguagem. Quando
os bebês são muito novos e ainda não sabem separar a relevância dos
sons, eles dão a mesma atenção a todos. Mais tarde, quando já entendem
melhor os sons que fazem parte da língua que escutam, eles se tornam
mais seletivos, desenvolvendo meios de diferenciar os sons relevantes e
os não relevantes.
Seguindo esse pensamento, muitos poderiam dizer que as crianças já
nascem preconceituosas, preferindo prestar mais atenção a sua própria
raça. Não é bem assim. Como já foi dito, os bebês na verdade estão
prestando mais atenção a sua própria família, não necessariamente a uma
raça em particular.
Mas esse fenômeno pode explicar porque o preconceito persiste em
alguns adultos que têm o pensamento de que todos de uma outra raça
parecem iguais.
O conselho dos pesquisadores para os pais é que eles criem seus
filhos em um ambiente diversificado. Assim, o bebê será obrigado a ser
um “generalista”, e não um “especialista”, pelo menos no que se trata da
aparência das pessoas.
Claro que você também precisa educá-lo bem, para que ele entenda que
todos são iguais, não fisicamente, mas no que diz respeito aos direitos e
deveres. Assim, mais tarde na vida, ele será uma pessoa mais flexível
com menos chances de perceber alguém como diferente de si.
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