Por Homorrealidade
Não demorou para acontecer.  O uso desatento do Grindr (e de outros 
similares) entre homossexuais, especialmente aqueles que procuram sexo 
fácil, acabou tornando-o um instrumento facilitador para a ação de 
gangues homofóbicas ou de pessoas que individualmente cometem agressões 
contra LGBTs. 
Criado pelo americano Joel Simkhal e lançado em março do ano passado, o 
Grindr é o aplicativo de uma rede social que conecta homens gays e 
bissexuais usuários de aparelhos como o iPhone, o iPod Touch, iPad 
Wi-Fi, Android e  BlackBerry. A versão básica do programa é grátis e 
sequer exige uma conta ou documento do usuário. Basta baixar o 
aplicativo, abri-lo, preencher os detalhes do perfil e já sair 
procurando homens gays que estão na região. O sistema utiliza um 
dispositivo de geolocalização que identifica usuários on line a poucos 
metros de distância, permitindo o acesso a seus dados de perfil e até 
fotos. 
Porém, se o objetivo incial do aplicativo era facilitar o contato e o 
relacionamento entre homossexuais, o feitiço pode virar-se contra o 
feiticeiro.  Grupos que pregam o ódio a LGBTs, presentes até em redes 
sociais como Orkut e Facebook, já sugerem o uso do aplicativo como 
ferramenta para facilitar a identificação e a violência contra gays.  A 
estratégia dos agressores é simples. Eles instalam o aplicativo num 
celular ou tablet, geralmente alheio, e criam um perfil falso. Ao 
acessarem o sistema, passam a ter um mapa dos gays mais próximos, que se
 tornam potenciais vítimas dos agressores. 
Considerando as características atuais do sistema, sequer adianta tentar
 se proteger acessando o aplicativo em lugares supostamente seguros. 
Isso porque a identificação dos homofóbicos pode ocorrer num ambiente e a
 agressão em outro. O risco continua presente mesmo após o uso, o que 
exige, além de sorte, atenção redobrada de quem pretende continuar 
utilizando o aplicativo (que, diga-se de passagem, tem um logotipo 
original macabro). 
E antes que alguém comesse a acusar esse texto de estar exagerando ou 
divulgando a “receita do crime” para outros potenciais agressores, vale 
reforçar aquela velha dica básica: acorda, Poliana! 
O mundo está cheio de homofóbicos, os gays ainda não tem seus direitos garantidos e a sua segurança é você quem faz! 
Fique esperto!



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